Servidores de todas as secretarias do Estado de Minas Gerais tiveram a oportunidade de avaliar a maturidade em gestão de riscos do órgão em que atuam. Após duas rodadas de pesquisa, a Controladoria-Geral do Estado compilou os dados e concluiu que, com base na percepção dos servidores, a administração pública direta encontra-se em nível básico (25,8%) do índice global de maturidade em gestão de riscos, o que significa dizer que práticas de gestão de riscos são realizadas de maneira informal e esporádica na maior parte das áreas relevantes para os objetivos-chaves da organização.
Agora, a CGE vai auxiliar os órgãos visando a melhoria dos índices. Entre ações necessárias estão o envolvimento da alta administração no tema, capacitação dos servidores, publicação de normas e métodos, aprimoramento de controles, algumas reestruturações, entre outras ações.
Para se chegar ao índice, são avaliadas quatro dimensões: ambiente, processos, parcerias e resultados. Armando Noé Carvalho de Moura Júnior, superintendente Central de Auditoria em Gestão de Riscos e de Programas, os servidores foram ouvidos por meio de questionário com cerca de 60 perguntas que abrangiam as quatro dimensões. “O diagnóstico foi feito por meio de medição do grau de consciência organizacional no que tange à implementação de práticas e estruturas necessárias à gestão de riscos”, afirmou.
“Vimos na pesquisa que precisamos avançar bastante e implementar uma política de gestão de riscos no Estado alinhada ao planejamento estratégico do órgão e, principalmente, à alta administração. Temos bons exemplos de gestores que entenderam a importância da gestão de riscos, estão comprometidos e já com ações efetivas”, afirmou o controlador-geral do Estado, Rodrigo Fontenelle.
Um desses bons exemplos é a Secretaria de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (SETOP), que alcançou o melhor índice de maturidade dentre os órgãos da administração pública direta do Estado. Para o auditor interno da Setop, Thiago Alves Machado, o índice alcançado pela secretaria demostra maturidade e também um potencial de desenvolver ainda mais esta prática. “Gestão de risco é algo que você moderniza, que você melhora os processos, que você tem uma predisposição para dar mais resultados consistentes. Não é modismo, mas algo que aprimora e agrega valor à gestão”, diz Machado.
A norma ISO 31000 define gestão de riscos como um conjunto de ações estratégicas para identificar, administrar, conduzir, prevenir os riscos ligados a alguma atividade. Essas ações são importantes para antecipar possíveis danos e criar um ambiente de melhorias constantes. É um elemento fundamental para a boa governança, já que garante que os responsáveis pela tomada de decisão tenham acesso rápido a informações quanto aos riscos aos quais a organização está exposta. Contribui para o alcance de resultados em benefício da sociedade.