Estreamos, hoje (01/10/2020), nosso 1º episódio internacional do PodeFalar!. Frédéric Boehm, pesquisador da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, conversa com o controlador-geral do Estado de MG, Rodrigo Fontenelle, sobre economia comportamental voltada para o enfrentamento da corrupção, ou “economia da corrupção”.
A Economia Comportamental é uma disciplina recente, que surgiu da incorporação de aspectos da psicologia, neurociência e outras ciências sociais à economia.
"Quando falo de economia da corrupção, muitas vezes as pessoas pensam unicamente nos impactos da corrupção na economia, no impacto sobre as empresas ou no crescimento etc. É isso também, mas, para mim, é sobre toda a aplicação da metodologia que temos, como economistas, para analisar o problema da corrupção, para entender melhor os mecanismos da corrupção. ", explicou Boehm.
Ainda segundo Boehm, a Economia Institucional, por exemplo, analisa acordos corruptos como qualquer outro tipo de contrato. “Mas, a corrupção é um contrato que, pode-se dizer, vive a sombra da lei. Se algo não funciona no acordo corrupto o indivíduo não possui recursos legais, ele não pode recorrer a um advogado, ao sistema jurídico, para se cumprir o contrato, o acordo, porque é um acordo ilegal. Então, há muitos mecanismos privados que contribuem para o funcionamento do contrato corrupto e entender esses mecanismos ajuda a melhorar políticas contra a corrupção.”, concluiu.
Economia Comportamental
A Economia Comportamental afirma que as pessoas decidem com base em hábitos, experiência pessoal e são fortemente influenciadas por fatores emocionais e pelo comportamento dos outros. Sendo assim, os economistas comportamentais buscam entender e modelar as decisões individuais e dos mercados a partir dessa visão alternativa a respeito das pessoas.
A Economia da Corrupção propõe-se a entender as ações dos agentes e traçar estratégias para desestimular o cometimento de atos corruptos. Experiências demonstram que a corrupção depende de uma sequência de ações e justificativas psicológicas que, se interrompidas ou alteradas podem, no fim da cadeia, inibir o ato corrupto.
Uma das ferramentas utilizadas para isso são os chamados “nudges”, ou gatilhos, que tendem a direcionar o comportamento das pessoas. Vários desses nudges já foram testados e tiveram ua eficácia comprovada.
Não perca isso e muito mais no 13º episódio do PodeFalar!.
O episódio já está disponível em todas as plataformas digitais e no YouTube da CGE-MG.
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