A corrupção não é um problema apenas do setor público, mas também do setor privado, destacou o Controlador-Geral de Minas, Mário Spinelli, durante palestra para empresários, nesta terça-feira (30), com o tema: A Lei Anticorrupção e seus Efeitos na Governança das Empresas. “Em um ambiente marcado pela corrupção, a concorrência é desleal, o nível de investimentos é menor, a burocratização é maior”, ressaltou.
O controlador observou que a Lei Anticorrupção surgiu em um cenário de promiscuidade e de desconfiança entre o setor público e privado. Segundo ele, dados da CGU mostram que, de 35 mil denúncias registradas em oito anos, somente 135 (ou 0,32%) partiram do setor privado. A maioria, de acordo com Spinelli, porque as companhias se sentiram prejudicadas em licitações. “Denúncias espontâneas das práticas de corrupção não existem”, afirmou.
Spinelli, durante Simpósio Empresarial: A Lei Anticorrupção e seus Efeitos na Governança das Empresas, realizado pela Câmara Portuguesa de Minas Gerais
Ele acredita que é um desafio da Lei Anticorrupção mudar esta cultura. Outro desafio, de acordo com o Spinelli, é que os mecanismos internos de compliance, incentivados pela nova lei, sejam de fato usados no combate à corrupção.
Servidor de carreira da Controladoria Geral da União, onde exerceu a função de secretário de Prevenção à Corrupção, Spinelli participou da formulação da lei.