Nós sempre achamos defeitos demais nas outras pessoas e sentimos que não temos defeitos. Uma vez ouvi uma explicação razoável. Seria como se carregássemos duas mochilas no nosso corpo, uma virada para nossa frente e outra virada para nossas costas. Na frente colocamos nossas qualidades, e nas costas, nossos defeitos. Então andamos em fila indiana, enxergando nossas qualidades e os defeitos de quem está à nossa frente. E assim vamos vivendo.
No entanto, passando por esta pandemia, com certeza estamos refletindo e olhando os dois lados. Nós, gente de verdade, estamos vendo mais nossos defeitos e mais as qualidades do próximo.
Nestes dias de tormento, estamos mais sensíveis, preocupando mais uns com os outros, relevando as diferenças e sendo bem mais caridosos.
Eu fico repetindo e pensando... “Quanto tempo perdemos com coisas pequenas!” Fico me lembrando de tudo que fiz. Às vezes faltei com paciência e delicadeza com alguém, e deixo de ter uma lembrança boa de mim em contato com aquela pessoa. Para que tanta implicância? Para que indelicadeza? Tenho tanta saudade dos companheiros de trabalho, que acabo sentindo aquela dor doída, a que se refere o poeta.
Na verdade, a gente sente feliz, muito feliz, quando olha para trás e vê a harmonia e o bem que a gente fez ao outro. É muito bom lembrar com carinho de todos vocês, companheiros. Uma sugestão: quando formos melindrar uma pessoa, vamos pensar e "medir a água e o fubá, para ver a grossura do angu." E ver se vale a pena continuar.
Muitas saudades do nosso convívio. Amo cada um de vocês.