
Ao longo desse ano de pandemia, em relação à estrutura física e familiar não precisei fazer grandes mudanças. Minha rotina de teletrabalho é muito tranquila e me adaptei de forma muito rápida. Meus companheiros de rotina na maior parte do dia são meus três cachorros, principalmente a Mia, que passa boa parte do tempo no escritório ao meu lado. Sempre gostei muito de animais e tenho três companheiros incríveis que trazem muita alegria às nossas vidas. Em meados de julho de 2020, uma amiga resgatou dois cachorros da rua porque um motoqueiro ameaçou matar a pauladas um dos cães. O motivo? O cachorro foi em cima da moto enquanto ele passava. Ela já tem cinco cachorros, aqui em casa já são três, o que fazer com os dois cachorros, agora nomeados de Toddy e Amarela? Minha amiga buscou ajuda de uma ONG de Lagoa Santa (onde moramos) e o GAPA autorizou que ela levasse os dois para lá e perguntou se ela não se interessaria em ajudar o abrigo como voluntária. Ela foi a primeira. Minha irmã foi depois. Eu acabei indo também. Tinha medo no início de sair de lá com cinco cachorros em cada braço e de ter um impacto emocional muito grande, receio do meu amor por cachorros me deixar sensível demais. Eu estava certa no meu medo, mas o impacto foi completamente diferente. Como vocês podem ver pelas fotos o impacto mais profundo que existe me tomou por completo: o amor deles! Desde então acordo todos os sábados de manhã feliz da vida para ir catar cocô de cachorro! Rsrs... Mas, claro, não se resume a isso. O trabalho é árduo. Mas somos recompensadas o tempo todo com esses anjos de quatro patas nos enchendo de lambeijos, carinho e com toda a alegria que demonstram quando veem a gente chegando. Não importa o quão pesado estejam meus pensamentos ou meu coração. Não importa as tristezas, as preocupações. No abrigo eles me fazem repensar e agradecer cada momento da minha vida. Me ensinam a todo tempo, mesmo sem saber dizer uma palavra na nossa língua. Enfim, no meio de tanto caos encontrei meu lugar de paz junto a mais de 100 cães (em média), filhotes, adultos, velhinhos, pequenos, médios, grandes, quietinhos e estabanados. Ajudar o abrigo tem sido minha forma de me cuidar na pandemia. Fui lá querendo ajudar doguinhos, mas sou eu quem recebe mais ajuda. Ah! Os cachorros das fotos, o Rui, o Antônio, a Carla, o Milton, a Nina e o Andrômeda estão para adoção. Assim, como tantos outros animais em outros abrigos. Se você não pode adotar, mas de alguma forma a causa animal toca seu coração, ajude de alguma forma. Os abrigos estão sempre precisando de diversas formas de doação: dinheiro, tempo, vasilhas, jornal, panos... Foi ajudando os animais que encontrei o caminho para me manter mentalmente saudável! Espero que vocês também tenham encontrado o de vocês! Se cuidem! Um abraço a todos!