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ully

No isolamento em que vivemos nesse último ano, a tecnologia – computadores e celulares - nos possibilitou prosseguir com nossos trabalhos e nos permitiu uma convivência mínima – mas salutar! - com amigos e familiares.

No fim do dia, porém, a overdose de telas é tão grande que eu retomei com força minhas leituras que, admito, andavam bem devagar com a concorrência da Netflix. Na verdade, assinei um clube de leituras que me envia um livro surpresa todo mês, o que me “obriga” a ler coisas diferentes das minhas escolhas habituais, além de oferecer debates, palestras e conversas muito ricas com outros leitores. 

Acredito que, com otimismo e criatividade, é sempre possível enxergar benefícios e conquistas mesmo nos piores cenários.  O clube de livros foi, para mim, um desses benefícios, uma oportunidade apresentada pelo isolamento e que, dificilmente, eu teria aproveitado em outro contexto.

elaine

Um ano! Quem poderia imaginar que chegaria a tanto e que ainda não acabou! Todos fomos afetados por essa pandemia, de uma forma ou de outra.

Os três primeiros meses foram os piores para mim: ansiedade, pânico, um medo absurdo de perder os idosos da minha família (passei 3 meses sem ir à casa da minha vó e seis à dos meus pais: doeu!), muita dificuldade em me adaptar ao teletrabalho e tudo que veio junto com ele.

Só queria dormir e chorar, mas aos poucos fui conseguindo encontrar equilíbrio, buscar fazer coisas que sempre gostei e outras que nunca tinha pensado conseguir fazer.

Li 13 livros em 2020, cozinhei quase todos os dias (vi que consigo!), voltei a caminhar (fiz minha primeira volta na Pampulha), descobri o prazer de cuidar de plantas, passei a enxergar as coisas e não apenas vê-las, criei "meu cantinho" em casa (desfiz-me de vez da TV) e, por fim, encarei a transição capilar.

Tudo isso fez com que eu me visse como nunca havia me visto, que olhasse para "o outro" como jamais tinha olhado, que passasse a dar valor a coisas pequenas, a viver o hoje, ser grata por quem sou e pelo que tenho.

Depois desse tempo só tenho a agradecer a Deus, pois tenho toda minha família com saúde! Cada detalhe dessa foto representa um pouquinho do que foi para mim esse último ano. Que tudo isso acabe logo

renata

A alteração que a pandemia causou na minha vida social, me fez olhar mais profundamente para o meu cotidiano e repensar várias práticas. Uma das minhas aspirações sempre foi aprender a fazer crochê, porém nunca tinha tido a oportunidade.

Então, nesse período de isolamento eu comecei a estudar e assistir vídeos para aprender sobre pontos, linhas e agulhas. O crochê virou quase uma prática meditativa. Me faz entrar em contato com o momento presente, com as coisas que estão ao meu redor. E, além disso, me traz a sensação de que, ao fim desse momento, dessa fase tão difícil, eu vou ter produzido coisas que eu considero bonitas.

Meu primeiro trabalho foi esse tapete, para o meu gato ficar à vontade no sofá!

Espero que daqui a alguns anos, eu possa olhar para esses objetos e perceber que esse momento extremamente difícil para o mundo – foi também um momento de parar, respirar, e reajustar o foco em relação a novos aprendizados e prazeres.

fernando

A necessária situação de isolamento social nesse período de pandemia acabou por me trazer de volta para casa. Não aquela volta meramente física dos fins de expediente, mas uma volta do espírito, do olhar, da observação (e curtição) das pequenas coisas em casa.

E num desses momentos verdadeiramente em casa foi que pensei em fazer coisas que antes não fazia e nem pensava em fazer. Nas eventuais atuações minhas em manutenção da casa só ficava na parte elétrica e eletrônica, mesmo assim quando dava.

Então, estando de corpo e alma em casa fui ver que seria bom um passeio de cimento (concreto) no jardim e fui para internet ver ferramentas e formas que podiam me ajudar já que nunca (nunca mesmo) fiz nada de pedreiro na vida.

E foi aí que, em casa, de férias, vivenciei ótimos momentos fazendo um passeio de blocos de concreto desde o início, virando massa (2 por 1, 3 por 1), fabricando inclusive os blocos e aproveitando o momento com a família, que foi toda pro canteiro de obra :).

Foi interessante que, além de ótima e intensa atividade física, aprender e fazer um trabalho de pedreiro descansou a mente daquelas tantas telas digitais e marcou o tempo presente com um passeio, um caminho no meio do jardim que nos indica a necessidade de construir caminhos para vida continuar...prioritariamente.